Roda de Conversa sobre Poesia Local com a Prof.ª Ma. Sony Ferseck, autora do livro Pouco Verbo (2013)
A Roda de Conversa foi uma atividade prevista no Planejamento Bimestral de Língua Portuguesa do terceiro ano, o qual tem como um dos conteúdos norteadores a elaboração de Resenhas Críticas a partir de produções literárias locais. Assim, na tarde de quarta-feira do dia 28 de agosto de 2019, os alunos da EAgro tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a realidade da Literatura produzida em Roraima e dialogar com a poeta Sony Ferseck, autora do livro Pouco Verbo, lançado no ano de 2013. O livro de Ferseck foi publicado pela Máfia do Verso, uma cooperativa de escritores locais que, “cansados de saber que poesia não é um objeto vendável, os poetas deste conglomerado artístico resolveram se unir e criar um processo no qual a publicação de seus livros seria garantida de modo subsidiado”. Essas são as palavras que definem a Máfia do Verso e podem ser encontradas nos livros da cooperativa. Ao final do texto de apresentação do grupo de escritores locais, tem-se a seguinte assinatura: Os mafiosos.
Além de Sony Ferseck, outros nomes da Máfia do Verso são: Prof. Dr. º Roberto Mibielli (UFRR), Prof.ª Dr. ª Sheila Praxedes (UFRR), Prof. Dr. º Devair Fiorotti, Prof.ª Ma. Eli Macuxi, Edgar Borges, Zanny Adairalba e Marcelo Perez, professor, ator e escritor.
A Roda de Conversa foi descontraída, os alunos se sentiram à vontade para fazer inúmeras perguntas e Sony respondeu a cada uma delas com muita delicadeza e vontade de contribuir para o processo de fortalecimento da leitura de autores locais. Quem também marcou presença foi a Prof.ª Ma. Raiane Costa (Instituto SION-RR). Amiga da poeta e homenageada no poema Menina (2013, p. 48), do livro Pouco Verbo, Raiane falou sobre a sensação de se ver representada na poesia de Sony.
O evento teve início às 15:30 e só foi encerrado às 17:20 por conta do horário de saída dos ônibus do Campus Murupu, do contrário, a conversa tão produtiva e enriquecedora teria se estendido por horas a fio. Nos minutos finais, os alunos pediram que Ferseck fizesse a leitura de um poema do livro Pouco Verbo, um que a definisse. A poeta ficou surpresa, hesitou por alguns instantes diante de um pedido tão especial e, enfim, iniciou a leitura do poema Quando (2013, p. 86):
Quando
Quando eu for mulher,
Plantarei cortejos masculinos
Para colher lágrimas nascituras
E coser dores nas anáguas dos dias.
Quando eu for humana,
Nascerei livre para doer,
Para cometer meus próprios males,
ou qualquer outra insurgência
Que aparecer.
Quando eu for poeta
Reinventarei o homem e a vida
Em folhas de caderno
Nas entrelinhas do não-dito.
Quando for eu
Viverei o infinito
Pelas janelas do céu,
Contando passarinhos
Jogando amarelinha com
A pedra do tempo.
FERSECK, Sony. Quando. In Pouco Verbo, 2013.
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